#Entrevista10 Cala o Bico
A minha experiência com entrevistas de emprego está a ficar cada vez melhor. Nesta luta diária por uma oportunidade no mercado de trabalho, tenho-me cruzado com todo o tipo de pessoas, mas nunca me tinha acontecido isto: cala o bico.
Obviamente que não foram com estas palavras, mas não deixou de ser extremamente desconfortável e bombástico para a minha autoestima. A empresa em questão é grande, trabalha com refugiados e imigrantes e a entrevista seria para um projeto, no meu ponto de vista, muito interessante. Tinha passado na primeira fase e o GRH tinha-me dito para estudar o website do projeto porque provavelmente a cofundadora (a que me iria entrevistar na próxima fase) iria-me fazer perguntar sobre o tema. Estudei, muito. Pensei muitas vezes que seria a pessoa indicada porque, para além do marketing, tenho experiência a ensinar pessoas de todo o mundo, o que me fez deparar com muitas questões culturais.
Sobre a entrevista: Foram 30 minutos. Sobre mim e sobre a única experiência que tenho na área: um estágio curricular em marketing digital, feito durante uma pandemia. De forma geral, as perguntas foram básicas, tirando uma “Então e fizeste algo de inovador? Mudaste alguma coisa no modo como trabalhavam?”. O meu pensamento foi” Claro que sim, estamos todos em casa, não sei nada de marketing e vou para um estágio para mudar a forma como um grupo de estagiários trabalha há distância”, mas controlei-me. E como percebi que a entrevista levava um rumo muito estranho, decidi usar a última cartada que tinha: A experiência de ensinar português a pessoas de diferentes países.
Resumindo, passado 5 minutos a pessoa em questão disse “olha vou ter de te interromper porque temos pouco tempo”. A minha questão é: 30 minutos é o suficiente para conheceres uma pessoa com quem podes trabalhar futuramente, baseado apenas numa experiência profissional? Deixo-vos a questão.
No dia a seguir, recebi um email a dizer que não tinha passado à próxima fase. Deus é Grande.