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A Miúda Com Pinta

A Miúda com Pinta é onde o marketing encontra estilo e humor. Estratégias, tendências e dicas explicadas de forma descontraída, porque crescer no mundo do marketing não tem de ser aborrecido!

25 de Maio, 2022

Abuso de poder no trabalho

two women sitting on chair

 

Terça-feira, dia 17 de maio de 2022, acabava eu mais um dia de trabalho quando os meus gerentes me chamam para ter uma reunião, de autoavaliação, um procedimento realizado nos finais de contrato de trabalho.

Entre palavras frias, acusações e uma atitude cruel com uma pitada de raiva, dizem-me que não me iriam renovar o contrato de trabalho e, como tinha férias para tirar deste ano, seria o meu último dia naquela loja.

Confesso que fiquei completamente chocada. Sabia quer era uma possibilidade e, eu própria, não tinha a certeza se queria renovar e continuar a trabalhar naquele local, mas a crueldade que senti, o nem conseguir me despedir dos meus colegas porque foi totalmente inesperado, levou-me a concluir que foi um ato egoísta e malvado.

Sai daquela loja a sentir-me, desculpem a palavra, uma merda. Tenho 22 anos, estou a acabar uma cadeira para concluir a licenciatura que frequento e nunca recusei a fazer horas extra quando me pediam e, sabe Deus, o quanto me custava conseguir conciliar tudo.

No final, tudo se resumiu a “Gostámos muito do teu trabalho, melhoraste imenso desde o primeiro dia que entraste aqui, mas não conseguimos trabalhar com uma pessoa como tu. Tens de melhorar a tua personalidade”.  Talvez a escolha de palavras não tenha sido a correta, mas entendi o que queriam dizer. Sei que sou impulsiva e respondona, mas quando se está num local de trabalho onde a tua própria gerente fala constantemente mal para ti e grita contigo, considero isso abuso de poder. Para perceberem o quanto não se trata apenas de um capricho meu, vou vos dar um exemplo do que se passou com outra colega de trabalho.

A M. tem uma filha com 1 ano idade. Mudou-se recentemente com o namorado e a filha para uma cidade longe da família logo uma das opções foi colocá-la na creche. Como é sabido pela maioria das pessoas, a creche é um sítio propício a vírus e outro tipo de doenças logo a M. tem faltado com frequência para poder ficar com a filha. Acontece que para os meus gerentes, ser mãe não é aceitável e tiveram uma reunião com ela onde a minha gerente teve a audácia de lhe dizer o seguinte: “Tu não te arrependes de ser mãe? Olha como a tua vida mudou. Não tens tempo para ti e porque não fica a o pai com ela?”. Claramente estamos perante uma situação de abuso de poder, mas deixo que retirem as vossas próprias conclusões.

Acordo dia 18 de maio de 2022 com uma nova esperança. Depois de chorar, gritar e questionar a minha vida, sinto-me renovada. Acredito que tudo acontece por uma razão. Aquele trabalho não era para mim e, no fundo, sei que mereço muito melhor e que também está na altura de investir em algo na minha área, no que gosto realmente de fazer. Fecha-se uma porta, abre-se uma janela.